“Chegamos! Esperamos a Constituição como o vigia espera a aurora. Bem-aventurados os que chegam. Não nos desencaminhamos na longa marcha, não nos desmoralizamos capitulando ante pressões aliciadoras e comprometedoras, não desertamos, não caímos no caminho.
Introduziu o homem no Estado, fazendo-o credor de direitos e serviços, cobráveis inclusive com o mandado de injunção. Tem substância popular e cristã o título que a consagra: “A Constituição cidadã”
A Federação é a governabilidade. A governabilidade da Nação passa pela governabilidade dos Estados e dos municípios. O desgoverno, filho da penúria de recursos, acende a ira popular, que invade primeiro os paços municipais, arranca as grades dos palácios e acabará chegando à rampa do Palácio do Planalto.
A Nação nos mandou executar um serviço. Nós o fizemos com amor, aplicação e sem medo. A Constituição certamente não é perfeita. Ela própria o confessa, ao admitir a reforma. Quanto a ela, discordar, sim. Divergir, sim.
Descumprir, jamais. Afrontá-la, nunca. Traidor da Constituição é traidor da Pátria.
Quando, após tantos anos de lutas e sacrifícios, promulgamos o estatuto do homem, da liberdade e da democracia, bradamos por imposição de sua honra: temos ódio à ditadura. Ódio e nojo.
A moral é o cerne da Pátria. A corrupção é o cupim da República. República suja pela corrupção impune tomba nas mãos de demagogos, que, a pretexto de salvá-la, a tiranizam. Não roubar, não deixar roubar, pôr na cadeia quem roube, eis o primeiro mandamento da moral pública.
Não é a Constituição perfeita. Se fosse perfeita, seria irreformável.
Ela própria, com humildade e realismo, admite ser emendada, até por maioria mais acessível, dentro de 5 anos. Não é a Constituição perfeita, mas será útil, pioneira, desbravadora. Será luz, ainda que de lamparina, na noite dos desgraçados. É caminhando que se abrem os caminhos.
O Estado autoritário prendeu e exilou. A sociedade, com Teotônio Vilela, pela anistia, libertou e repatriou. A sociedade foi Rubens Paiva, não os facínoras que o mataram.
Adeus, meus irmãos. É despedida definitiva, sem o desejo de retorno. Nosso desejo é o da Nação: que este Plenário não abrigue outra Assembléia Nacional Constituinte. Porque, antes da Constituinte, a ditadura já teria trancado as portas desta Casa.
Político, sou caçador de nuvens. Já fui caçado por tempestades. Uma delas, benfazeja, me colocou no topo desta montanha de sonho e de glória. Tive mais do que pedi, cheguei mais longe do que mereço.
Foi a sociedade, mobilizada nos colossais comícios das Diretas-Já, que, pela transição e pela mudança, derrotou o Estado usurpador. Termino com as palavras com que comecei esta fala: a Nação quer mudar. A Nação deve mudar. A Nação vai mudar. A Constituição pretende ser a voz, a letra, a vontade política da sociedade rumo à mudança. Que a promulgação seja nosso grito:
– Mudar para vencer! Muda, Brasil! “
Ulisses Guimarães foi uma figura muito importante na vida pública brasileira.
Homem forte, autêntico, corajoso e determinado
valeu …..
Gostaria que falasem claramente,onde como e quando surgiu a democracia paticipativa e qual sua finalidade,em quais países ela se aplica e porque.
Obrigada ATT: Lilian 02/04/2010 23:13
Nunca em frases tão curtas e idéias um orador foi tão lúcido e magnífico.
Ulysses foi mesmo o homem certo, no lugar certo, na hora certa….e com a oratória mais do que certa: PERFEITA!
SAUDADES DO DOUTOR ULYSSES
Olhem o sétimo parágrafo acho que a maioria dos políticos se esqueceu deste.
Onde chegamos Dr. Ulisses, o senhor não resistiria ver no que o congresso se tornou.
Doutor, até Vicentinho e Paulo Paim defendem salário mínimo mais mínimo.
Os grandes homens estão desaparecendo.
Ulisses Guimaraes arem de grande estadista e ilustre brasieliro, foi profeta de sua propria partida,deixou a todos nós aberta a porta da esperança de uma pátria da qual ainda havremos de nos orgulhar, cumrpiu muito bem sua missão, grande guerreiro, Que Deus te dê uma nobre missão onde voce estiver.